domingo, 28 de fevereiro de 2010

Começando pelo começo

Creio piamente que o advogado é o primeiro juiz da causa. Portanto, meu amigo, não adianta pegar a melhor ação do mundo se você não acredita nela, nem que seja para cobrar de um banco o FGTS não recolhido em favor de seus empregados. Se você não acredita no que está pedindo ou defendendo, o universo conspirará contra você e você perderá a causa. Assim, sem mais nem menos.

Então, ilustre causídico, se você estiver numa situação assim, é melhor ser sincero e recusar a causa do seu possível cliente.

Outra coisa, por favor: não minta. É até fácil, mas não é legal nem é digno, além do que faz um mal danado pra nossa imagem.

Trabalhe com a verdade sempre. Os juízes não são burros, não mesmo. Aliás, já viu como é a prova do concurso deles? Nada fácil, amigão! Aquilo é só pra quem sabe mesmo das coisas. Sem contar que eles já viram acontecer coisas nas salas de audiência que até Deus duvida. Então, tenha certeza: eles vão saber quando você, seu cliente ou sua testemunha estão mentindo.

E você, cliente, por favor: tome vergonha na cara e não insista numa mentira, e principalmente pro seu advogado, que é seu confessor. Ainda que você tenha estuprado e depois matado com requintes de crueldade aquela velhinha boazinha que ajudava os pobres, por favor, fale a verdade! Afinal, ela acabará vindo à tona e seu advogado não será pego de surpresa, com a boca na botija.

Trabalhar com a verdade é sempre bom e gratificante. Sem contar que você não corre o risco de virar churrasquinho no além-túmulo.

Apresentação

Definitivamente, este blog não tem nenhuma pretensão doutrinária - para isto, já existem muitos por aí.

Este blog também não tem a pretensão de ser difícil, nem recheado de expressões jurídicas complicadas e enigmáticas. Portanto, aqui você não encontrará as palavras hermenêutica, repristinação, redibitório, interdito, e muito menos brocados latinos.

Afinal, minha intenção é informar. Mas, também quero divertir e espantar a imagem que se tem de advogados como pessoas chatas e formais, o que muitas vezes não deixa de verdade.

Então, por que não mudar? Por que não arejar nossas ideias e trazer um pouco de cor para o cinzento mundo jurídico?

Assim, resolvi unir meu amor à escrita com a minha experiência e contar um pouco dos "causos" que já vivenciei ao longo de duas décadas, além de dar algumas dicas, sempre com bom humor.