segunda-feira, 22 de março de 2010

Audiências

A gente sabe que nas audiências rolam umas coisas meio estranhas mesmo. Então, resolvi contar algumas aqui.

Certa vez, a discussão girava em torno de uma despedida por justa causa, de um empregado que havia insultado outro com palavras impróprias para reuniões de família.

Foi chamada a testemunha do empregador, autêntico blumenauer-deutsch, para que confirmasse o fato e seguiu-se, então, o depoimento, conduzido pelo Juiz da causa:

- O senhor está comprometido a dizer a verdade, sob pena de ser preso e processado criminalmente.

- Sim senhorrrr!

- O que o autor disse ao seu colega?

- Palafras ti páixo calón.

- Mas, meu senhor, eu preciso saber o que foi dito.

- Non, é muito feio. Son palafras ti páixo calón.

- Meu senhor, ou o senhor me diz que palavras de baixo calão são essas ou eu mando prendê-lo por desacato.

- Tá pom, o senhorrr pediu. Ele tisse: fai tomá no &*%$, seu fi*&dap**¨$!!!

E as palavras de "páixo calón" foram reduzidas a termo.

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Essa foi contribuição da Dra. Maria Beatriz, Juíza titular da 2ª Vara do Trabalho de Blumenau:

A discussão, desta vez, dizia respeito a um pedido de pagamento do adicional de insalubridade feita pelo ex-empregado de uma funerária, que trabalhava como taxidermista - sim, a piada já veio pronta.

Seu argumento era de que o uso contínuo do formal nos embalsamamentos traria sérios riscos à sua saúde. Foi feito o laudo pericial e, depois, a audiência para se produzir provas quanto ao tempo de exposição ao que seria o tal agente insalubre.

Assim, a juíza fez sua pergunta de praxe:

- Quantas vezes por semana o senhor faz uso do formol?

- Aí depende, né doutora? Tem dia que se morre, tem dia que não se morre.

Fatalidade óbvia. Citação digna de ser devidamente "twittada".

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